segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Como destruir uma guitarra

Meu amigo e guitarrista Robson que entre outros trabalhos toca com Sandro Bali, me trouxe uma guitarra que tem grande valor afetivo para ele. Ele ganhou esta guitarra do pai quando tinha cerca de 12 anos e ela estava "encostada". Ele queria uma manutenção geral no instrumento para que ela possa voltar à ativa.

O primeiro problema que eu encontrei foi a ausência dos parafusos Philips de cabeça oval que são importados e usados em escutos e tampas de cavidades. Em seu lugar, parafusos de cabeça chata encontrados em qualquer loja de material de construção. Infelizmente, esta não é a primeira vez que eu constato isto e todos os clientes são unânimes em afirmar que não autorizaram a troca e não escondem o espanto.






Também percebi que os trastes foram "retificados" sem o devido cuidado, não tiveram sua coroa refeita e estavam todos planos e achatados.





Porém , o que realmente me deixou perplexo foi a instalação de um roller nut de forma totalmente equivocada e que literalmente destruiu o tensor da guitarra. Para minha surpresa, o Robson me relatou que não pediu o serviço e esta istalação foi de iniciatica do luthier. O problema é que esta guitarra não foi construída para o uso do roller nut e a solução encontrada pelo luthier em questão foi serrar a "cabeça" ou ponta do tensor para assentar o roller nut. Com isso o tensor fica impossibilitado de cumprir seu papel e girar para os lados afim de regular o braço. Como a abertura feita para a instalação do roller nut é muito larga, a instalação de uma pestana convencional é inviável e o dano é permanente.









Por fim, em mais um atentado contra a originalidade do instrumento, e também sem a autorização do cliente, o headstock teve seu acabamento lixado, sendo retirado a logo original e em seu lugar escrito à mão o nome e a "logo" do luthier. Notem que não houve o cuidado de refazer o acabamento depois de mais este absurdo e a madeira que ficou exposta está sujeita a deteriorização mais acelerada que o restante do intrumento onde existe a proteção do verniz.





Moral da estória:

Não pague para ter seu instrumento destruído se você pode fazê-lo de graça!

2 comentários:

Anônimo disse...

pobre guitarra...

Anônimo disse...

Meu deus, qeru ver na hora de precisar regular o tensor e este mudar de posição,. adeus nut ou adeus braço.. Tadinha